RUMO A MATÉRIA ETERNA

Revista Planeta

AOS POUCOS, A EX-EMPRESÁRIA CARMEN VIANA VEM GANHANDO ESPAÇO NA GRANDE IMPRENSA BRASILEIRA. A FAMA DEVE-SE A UM POLÊMICO MÉTODO DESCOBERTO POR ELA QUE PERMITIRIA AO HOMEM PROGRAMAR SUA MEMÓRIA CELULAR E, ENTRE OUTRAS COISAS, RECONQUISTAR A IMORTALIDADE.

POR FÁTIMA ALONSO

 

Desde que voltou a morar no Brasil, há cerca de cinco anos, Carmen Viana vem, paulatinamente, ocupando espaço na grande imprensa do País. À primeira vista, sua história, de fato, é impressionante. Ex-empresária, Carmen abandonou sua carreira de sucesso no exterior para se dedicar integralmente à aplicação do “Salto Quântico Genético”, um método descoberto por ela, que permitiria a programação da memória celular do ser humano. Através da técnica que ela denomina simplesmente “o processo” , o homem seria capaz de resgatar a onipotência, a onisciência, curar-se de todo o sofrimento e alcançar a imortalidade. Complicado? Ela jura que não. “O segredo de tudo”, afirma, “está na inversão da polaridade do campo magnético”. E como inverter a polaridade? Bem, essa é uma informação que ela guarda a sete chaves.

Em meados de setembro, PLANETA esteve em sua residência, na Barra da Tijuca (RJ), para uma entrevista sobre o seu trabalho. Convidamos agora o leitor a acompanhar de perto, e com atenção, nossa longa conversa.

PLANETA – Você criou um processo de cura que envolve a programação da memória celular. Explique-nos esse método.

Carmen – Primeiro, eu não criei um método de cura. Eu descobri o verdadeiro sistema de funcionamento do corpo humano; digamos, as regras pelas quais ele funciona e interage com o todo. Isso começou muito cedo na minha vida, com a insatisfação em relação às respostas que o establishment me oferecia. Então, resolvi buscar as minhas próprias respostas. Esse processo de reprogramação nasceu por acidente. A cura é uma consequência. O que eu me propus a fazer foi descobrir a verdade do universo, a verdade do ser humano, de onde nós viemos, para onde estamos indo, o que estamos fazendo aqui; por que a dor, a morte, o sofrimento…

PLANETA – Quantos anos você tinha quando isso começou?

Carmen – Isso começou na infância, mas tomou um rumo sério por volta dos 17, 18 anos. Comecei a estudar as religiões e descobri que, no fundo, elas são quase todas a mesma coisa; elas aceitam o sofrimento como forma de crescimento, de libertação. Eu acho que não pode existir um Deus de poder e bondade que nos fez e criou a cadeia evolucionária através do sofrimento. Então, estudei psicologia, filosofia e encontrei algumas coisas que, para mim, soavam como verdade.

PLANETA – Você chegou a fazer faculdade ou é autodidata?

Carmen – Cheguei a fazer várias faculdades, só que, como nunca busquei isso a título de carreira, fiz tudo até o ponto em que me interessava. Por exemplo, fiz o curso de física, mas nunca defendi tese; então, tecnicamente não me formei porque não entreguei minha monografia. Fiz quase dois anos de Instituto Junguiano, mas nunca me matriculei para fazer um curso de psicologia… Como não encontrei uma resposta completa na psicologia, enveredei pelo caminho da engenharia genética. Aí encontrei muitas respostas; foi onde descobri o padrão de repetição, de programação.

PLANETA – A sua descoberta tem algo a ver com a teoria de ressonância mórfica (1) de Rupert Sheldrake?

Carmen – Alguns pontos similares, mas com o âmago da sua teoria não. Ele se prende mais ao ponto da matéria, eu vou muito além disso. Vejo mais na forma da física quântica. Tudo é energia magnetizável. Isso significa que a dinâmica, o princípio que hoje anima o corpo de qualquer ser é uma energia magnetizável. Ela sempre existiu, porque a energia não pode ser destruída, pode ser transformada. O que isso lhe diz? O que hoje a anima, a sua consciência, sempre existiu no universo, e ela pode ter passado por uma pedra, por um lagarto, por uma folha – ela viaja no universo, sempre. E, durante todo esse tempo, ela foi magnetizada, da mesma forma que essa fita que você está segurando agora. Ela vai gravar tudo o que acontecer em volta, independentemente de ser certo ou errado. Eu diria que 80% do processo se baseia na capacidade de registro de informações do que nós chamamos de alma.

PLANETA – Suponhamos que eu fosse sua paciente. Como você faria esse tratamento em mim?

Carmen – Basicamente, o segredo de tudo está na inversão da polaridade do campo magnético, que é uma técnica minha, e teoricamente é simples de entender. Tudo tem uma direção: a Terra, o Sol, etc. Isso está se movendo no sentido positivo. Eu inverto essa polaridade; é a mesma coisa que você parar e enrolar a fita para trás.

PLANETA – E de que maneira você inverte a polaridade?

Carmen – Isso é o meu segredo. Não vou passar esse método adiante até sentir que ele não será usado inescrupulosamente. No momento em que inverto a polaridade, escancaram-se as portas blindadas entre o consciente (que é o que você sabe, vê, vive, pensa) e as camadas de memória mnemônica (ou seja, subconsciente, inconsciente, supraconsciente, etc). E as informações começam a vir à tona. Você fecha os olhos e vê, estando totalmente lúcida – pode parar a sessão, atender o telefone e a cena está onde você deixou.

PLANETA – Até que ponto essa técnica tem a ver com Terapia de Vidas Passadas (TVP)?

Carmen – Absolutamente nada. Primeiro que a TVP te bota no estado alterado de consciência. Você não está no seu estado natural; está exatamente na onda do consciente (sic) coletivo, entrando em um grande armazém onde estão arquivadas todas as experiências do mundo. Você pode escolher quem quer ser. A TVP não a leva às suas experiências.

Em segundo lugar, a TVP a leva lá e espera que você, consciente do motivo, consiga administrar isso aí na crise. E isso não é obrigatoriamente a verdade. Eu recebi muitos pacientes que foram fazer TVP por curiosidade e acabaram com problema.

PLANETA – Então, você acha que em TVP existe um risco?

Carmen – Em TVP sim, no meu processo não. Porque eu não a induzo, não falo uma palavra, nada. São comandos a que o seu cérebro obedece e que até o momento são desconhecidos, e você tem acesso. Por exemplo, saiu um executivo daqui agora que disse: “Eu não consigo relaxar. Tenho que correr a vida inteira; isso está acabando com a minha vida em família.” E ele se viu como um javali. A programação básica dele, que estava registrada na sola do seu pé esquerdo, era correr, correr; “se você parar, vão te pegar”.

PLANETA – Como é esse registro no pé esquerdo?

Carmen – Todas as células do seu corpo são células de memória – isso está provado. No momento em que a jogo no processo e digo “respira e se concentra nessa parte do seu corpo” , ele a guia daí pra frente; vai sinalizando tudo o que você precisa ver. No final, existe um quadro na sua frente. Você pega esse quadro e diz: “Espera, aquela mulher está sendo assassinada ali; eu não gosto disso, vou apagar essa cena. ” Quando termina, o filme está do jeito que você quer. Nós vimos aqui diversos casos de pessoas que viram a própria morte no futuro e apagaram isso.

PLANETA – Você fala, a propósito, que o ser humano não foi feito pra morrer. Isso não iria contra as leis da natureza? Afinal, tudo na natureza, nasce, cresce e morre…

Carmen – Quem disse? As pedras estão aí pra sempre.

PLANETA – Transformam-se…

Carmen – Não, a pedra está aí pra sempre. Nem tudo no universo é perecível. Digamos, uma fruta cai do pé, vai pra terra, volta em semente e se cria. Não existe morte; existe uma evolução.

PLANETA – Mas, no caso do ser humano, essa transformação não seria, como muitas religiões pregam, você largar o corpo físico, viver como espírito e reencarnar, por exemplo?

Carmen – Veja bem, eu não acredito em professar verdades. Eu acredito naquilo que a vida me prova. Tudo aquilo que eu defendo é baseado em experiências contundentes de mais de cinco mil casos que já fiz.

A verdade é a seguinte: o corpo humano não foi feito pra morrer. Estamos no topo da cadeia evolucionária desta nossa realidade e temos a capacidade de entrar num próximo estágio sem perder o corpo físico, porque ele é o repositório das nossas informações. O processo de reencarnação é como uma faculdade: o que aconteceria se você aprendesse o primeiro ano, tivesse uma amnésia, voltasse para o primeiro ano e fizesse isso eternamente? Uma hora o seu cérebro iria se recusar a aprender a mesma coisa.

PLANETA- Você acredita, então, que um dia o homem vai chegar a ser eterno?

Carmen – Acredito. E, se você prestar atenção, Jesus disse: “Eu sou a ressurreição da carne.” Ele não fala em ressurreição do espírito.

PLANETA – E, nessa história, como é que fica a imagem de Deus, que não é um corpo, mas energia pura?

Carmen – Depende do que você chama de corpo. O ser humano não modernizou os seus conceitos religiosos em função das novas descobertas científicas. Antigamente você falava: matéria é uma coisa, espírito é outra. Depois de Einstein, matéria é uma coisa, espírito também é matéria numa vibração mais alta – mas também é matéria (sic).

PLANETA- Quando você fala em vida eterna, seria com este corpo físico?

Carmen – Sim. Hoje, digamos, o seu corpo vibra a uma frequência; a alma vibra a l0-18; ela passaria a 10-20, 10-30 e, cada vez que ela fosse vibrando mais rápido, a sua matéria iria ficando mais sutil. E você transcenderia, transmutaria este corpo, sem perder a consciência, sem a experiência traumática da morte.

PLANETA – Vamos voltar às religiões. Quando você morre, segundo muitas tradições, você passa para um plano espiritual. No caso da sua teoria, a gente continuaria na Terra?

Carmen – O que eu estou dizendo é o seguinte: no momento em que você aprender a manusear sua máquina, a resgatar essas informações dentro da sua memória celular, todo paradigma vai mudar. Toda a nossa realidade está errada. Você nasce, educa seu filho assim, manda ele ao colégio – tudo isso está errado.

PLANETA – Como você educaria uma criança?

Carmen – Eu acho que é você lhe ensinando a olhar dentro dela. Ela vai aprender muito mais fazendo perguntas para dentro do que para fora.

PLANETA – Antes de começar esse trabalho você era empresária?

Carmen – Sim, eu tive uma trading em Nova York, durante muitos anos, e depois comprei uma fábrica de conexões de alta performance.

PLANETA – E o que a fez mudar tão radicalmente de área?

Carmen – Na realidade, o que deu o clic foi um enfarte que tive, aos 38 anos. Digamos assim: o processo estava pronto em teoria e eu tinha muito medo da inversão da polaridade. Depois de 30 anos de pesquisa, eu mapeei o corpo humano, comecei a ver como ele funcionava e o que estava errado com toda a terapia convencional. Só que eu tinha muito medo. Eu percebi que, para fazer uma verdadeira mudança, nós tínhamos que descobrir a senha e entrar lá na base da memória celular.

PLANETA – E qual é a senha?

Carmen – Cada um tem uma senha diferente. E isso é uma coisa que você precisa ter a capacidade de captar. E todo mundo é capaz de ter o meu talento.

PLANETA – Se todo mundo é capaz, por que só você está desenvolvendo isso?

Carmen – Eu apenas fui aquela que cheguei primeiro. Talvez porque eu tenha pesquisado mais, descobri o verdadeiro mecanismo de funcionamento do corpo humano. E muitos outros serão descobertos através dos tempos. Se conseguimos chegar aos limites do Sistema Solar usando 3% (sic) do nosso cérebro, imagine o que não faremos com 10, 20, 30%?

PLANETA – E o processo aumenta essa porcentagem?

Carmen – Absolutamente. E esse é o fundamento de você parar de morrer. Porque até os 15, 25 anos você não quer nada – quer discoteca, festa, namorado. Dos 20 aos 50 anos, entra na corrida de rato, na luta pela sobrevivência. No momento em que se aposenta, diz: “Agora posso buscar uma razão pela vida.” Começa a ter doenças, a aposentadoria é pequena, etc. Aí morre e nasce de novo. No momento em que você parar de morrer, em que aprender a não adoecer, a não envelhecer, começará a despertar para outras áreas e irá evoluindo.

Eu encontro pessoas no processo que souberam muito mais numa vida passada do que sabem hoje; foram grandes filósofos, cientistas e hoje não sabem nada. Chegam aqui com 17 anos, drogados, revoltados com a vida. Há um momento em que você satura, o espírito cansa, diz: “Espera aí, estou numa cilada, não adianta eu me esforçar.”

PLANETA – As religiões reencarnacionistas dizem que você passa por essas dificuldades justamente porque não soube usar aquele conhecimento…

Carmen – Mas e se não for verdade? Alguém foi do outro lado para ver?

PLANETA – Como é que você vai do outro lado para conhecer?

Carmen – É fácil, a memória celular lhe dá condições; você tem acesso a qualquer ponto do universo.

PLANETA – Você tem intenção de passar esse método para frente?

Carmen – Claro, mas da forma correta. Muita gente me procura, vai pagar para ficar aqui dez dias e vai sair fazendo. E é por isso que eu estou trocando essa forma que eu fazia até hoje pelo seminário. Porque, primeiro, eu quero atingir um grupo – tenho a obrigação de abrir isso a muito mais pessoas do que eu posso atender dessa forma.

PLANETA – Quantas sessões são necessárias para uma pessoa que chega aqui, por exemplo, com problemas de saúde?

Carmen – É imprevisível. A maioria conclui o processo em dez dias.

PLANETA – E qual é o preço da sessão?

Carmen – A diária custa 2 mil reais e eu atendo duas pessoas por vez. Cheguei a atender até cinco. A medida que fui coletando mais informações, comecei a sentir necessidade de revê-las, porque muitas coisas que não fizeram sentido para mim no passado, hoje fazem.

PLANETA – E todas as pessoas que saíram daqui foram curadas?

Carmen – Eu não posso lhe dizer isso porque não mantenho contato com todo mundo. Recebo gente do Brasil inteiro, do exterior. O que eu posso dizer é que 99,9% das pessoas saíram daqui muito felizes.

PLANETA – Existe algum caso que você consideraria mais impressionante?

Carmen – Todos os casos são impressionantes. Eu atendi uma criança de Curitiba que nasceu com mielomeningoceles, espinha bífida, sobre a qual os médicos disseram: “Ela jamais vai urinar sem sonda.” No segundo dia o processo mandou tirar a sonda, ela urinou sozinha e urina até hoje. E recuperou todos os movimentos – criança com espinha bífida não sente nada da cintura para baixo. E o processo diz que em oito anos ela vai estar normal.

PLANETA – O que você acha que deu errado, por exemplo, no caso do colunista Zózimo Barroso, que fez o processo e acabou morrendo em 97?

Carmen – O Zózimo foi avisado do seguinte: ele tinha três meses para parar de fumar e reprogramar o pulmão. Quando ele fez o processo, apareceu uma mancha no pulmão. Isso é público já, a Dorita (mulher dele) deu entrevista sobre isso. Ele não quis parar de fumar. O processo não faz lobotomia em ninguém; você tem o livre-arbítrio.

PLANETA – Em novembro, você embarcará em num cruzeiro que parte de Haifa (em Israel), passa pelo Mar Mediterrâneo, pelas Ilhas Gregas, Turquia, Chipre e Egito. Durante a viagem, será realizado um seminário que tem por objetivo revelar aos participantes os mistérios do Salto Quântico Genético e resgatar “as verdades que devolverão ao homem a onipotência, a onisciência, a imortalidade e a nossa herança divina”. Onze dias são suficientes para fazer uma coisa tão complexa?

Carmen – Quantos minutos você precisa para fazer um ser?

PLANETA – Pouquíssimos, mas para você entender isso aí…

Carmen – Muito fácil; aquilo que é verdadeiro é muito fácil. Tanto que já tive aqui pessoas que, em dez dias, aprenderam a levitar e a se teletransportar. Eu não estou pretendendo fazer de ninguém Deus, mas mostrar o princípio básico de como o corpo humano funciona, como você pode entrar dentro de si e resgatar a perfeição.

PLANETA – No cruzeiro, haverá muitos palestrantes, como Zecharia Sitchin, por exemplo. Eles vão falar sobre temas correlatos à sua teoria?

Carmen – Nós vamos montar um painel. Eu vou levar as pessoas aos locais onde começaram os focos de civilização, repassar os caminhos do homem e mostrar a verdadeira história da humanidade, a verdadeira realidade do corpo humano e como esse corpo interage. Ao mesmo tempo, levarei cientistas que chegaram às mesmas conclusões que eu, por caminhos mais ortodoxos e acadêmicos.

PLANETA – Quer dizer que esses cientistas chegaram às mesmas conclusões que você, só que eles não as estão usando da mesma forma…

Carmen – Não. Digamos assim: eles comprovaram o processo. Por exemplo, Bancroft é um renomado cientista que irá mostrar às pessoas como o DNA tem a capacidade de registrar, guardar e botar informações para fora.

PLANETA – Você também vai fazer o processo com as pessoas que participarem do cruzeiro…

Carmen – Não, eu vou ensiná-las como fazer o processo e demonstrá-lo.

PLANETA – Na capa do folder que apresenta esse cruzeiro, vocês utilizam uma frase de Mateus; “Muitos serão chamados e poucos os escolhidos.” Quais são os parâmetros para que alguém seja escolhido?

Carmen – As pessoas vão se escolher, não eu. A verdade chegou para todos, mas a grande maioria decidiu não se expor a ela. É impressionante o número de pessoas que me liga e diz; “Olha, recebi o seu folheto, fiquei apaixonada, mas, no momento, é mais importante reformar minha cozinha.” Ela está escolhendo a cozinha, em vez de se libertar de todo esse sofrimento.

PLANETA – Mas pelo preço do seu tratamento e do próprio cruzeiro (entre US$ 7.890,00 e 16.050,00)…

Carmen – Que é um preço bem razoável para quem viaja pelo exterior. São 11 dias, nos quais tudo está incluindo, até as gorjetas. A viagem sai em média 600 dólares por dia.

PLANETA – Sim, mas isso fica sendo inacessível ao brasileiro comum. O que a fez optar por um trabalho voltado mais para a elite e não para o povo? A maioria das pessoas que trabalha com cura acaba fazendo uma coisa mais generalizada…

Carmen – E é por isso que não vai a lugar nenhum. Primeiro, você tem que ter certa capacidade intelectual para poder entender. Se eu pegasse, digamos, uma lavadeira da favela e tentasse ensinar-lhe física quântica, mesmo que custasse 200 reais, ela gastaria suas economias e não adiantaria nada.

PLANETA – Mesmo para o padrão da maioria das pessoas no Brasil fica difícil…

Carmen – Eu não acredito, não. Acho que isso é uma figura de expressão muito errada. Eu fiz o processo em pessoas aqui que, literalmente, moravam em favela.

O processo é uma coisa que você vai fazer uma vez na vida. Um terreno de 3X10 para construir um barracão, aqui no Rio das Pedras, está custando 10 mil reais e a prefeitura pode jogá-la fora amanhã. O processo custa 20 mil e reestrutura toda a sua existência, a cura de um câncer, de uma Aids e etc…

PLANETA – E essa pessoa da favela teve a capacidade de entender…

Carmen – Teve. Eu descobri que na vida a gente tem aquilo que merece. Não interessa se você nasceu na favela; se estiver pronta para subir, você sobe. Um dos meus casos mais contundentes foi o de uma empregada doméstica do interior do Paraná. Ela me ligou, logo que cheguei ao Brasil, disse que tinha um único filho, o qual virou gay e estava com Aids. Quando eu falei o preço, ela quase desmaiou. Aí eu disse-lhe: “Se a senhora quiser, mantenha o seu propósito firme que vai conseguir.”

Mas eu fiquei pensando naquilo, todos os dias rezava por aquilo. Um belo dia, ela sonhou comigo dando-lhe uma milhar. Ela jogou e ganhou 42 mil. Ela e o filho fizeram o processo. Eu já tive pessoas que acharam dinheiro na rua, que receberam uma herança de um parente que nem sabiam que tinham – quando a pessoa quer, ela consegue.

Nota:

(1) A hipótese do bioquímico inglês Rupert Sheldrake é uma versão da teoria holística da natureza, segundo a qual tudo no universo é organizado em uma série de níveis. Segundo ele, nos sistemas holísticos de organização, o todo depende de um campo mórfico, que organiza todo o sistema. Esses campos têm uma espécie de memória, e o processo pelo qual os sistemas do passado influenciam o presente sistema é chamado de ressonância mórfica (uma influência entre seres semelhantes). A ressonância mórfica é uma ação a distância e contém uma transferência de informação, não de energia. (Nota da Redação)

Zózimo Barroso do Amaral: Realização do processo em 94 e morte em 97.